Catalina Gomez, Coordenadora da Rede em São Paulo
Segundo a Confederação Nacional da Indústria, mais de um terço da população brasileira acima de 16 anos (mais de 50 milhões) não possui conta bancária nem acesso a serviços financeiros de empréstimo e poupança. A maioria daquela população afetada tem baixa renda e pouca escolaridade. Tereza Campello, a Ministra de Desenvolvimento Social tem explicado varias vezes que “ao contrário do que se pensava, os desafios da inclusão financeira não são de distância, de acesso a rede, ou de falta de correspondentes bancários. Na realidade, a população está desinformada com relação ao seus direitos”. Campello também explicou que “muitas pessoas acham que para abrir uma conta corrente é preciso um depósito mínimo, evidenciando seu desconhecimento sobre a rede bancaria”.
Tendo em conta a situação descrita pela Ministra, uma das principais prioridades do governo brasileiro durante vários anos, tem sido a redução de barreiras de informação e o desenho de produtos financeiros adequados para a população de baixa renda. Um dos principais mecanismos de promoção da inclusão financeira, especialmente para mulheres, tem sido Bolsa Família, o programa de transferências que beneficia a 13 milhões de famílias. O programa transfere mensalmente dinheiro para todas as famílias dependendo de seu nível de pobreza e número de crianças. O 93 por cento dos beneficiários direitos são mulheres, o que contribui no seu posicionamento e influencia dentro do núcleo familiar.
“Bolsa” tem uma contribuição importante na primeira etapa da inclusão financeira ao abrir uma conta bancaria e entregar um cartão para cada família. Com o cartão, os beneficiários podem retirar o dinheiro transferido mensalmente pelo programa. Para muitos beneficiários, especialmente mulheres, esta é a primeira vez que tem aceso a uma conta bancaria, contribuindo a seu conhecimento básico do sistema bancario. Infelizmente, muitos beneficiários ainda retiram a totalidade de sua transferência a cada mês e não utilizam a conta como uma verdadeira conta corrente ou de poupança.
Uma pesquisa recente sobre inclusão financeira dos beneficiários de Bolsa Família aplicada nas áreas de maior concentração de benefiarios, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, achou que a grande maioria dos beneficiários ainda não compreendem adequadamente as regras e procedimentos do sistema bancário precisando de maiores informações e educação sobre a matéria. A pesquisa também reportou que 65 por cento dos beneficiários têm celulares e embora o celular seja utilizado para encaminhar atualizações sobre o programa, ainda poderia ser utilizado para administrar o dinheiro e fazer pagamentos de serviços.
Caixa, o Banco de apoio na execução do Bolsa Família esta desenvolvendo uma serie de pilotos nas cidades mencionadas com vídeos educativos sobre planejamento financeiro para multheres e suas famílias e para a operação de pequenas empresas. Também está expandindo a educação financeira das crianças para que elas estejam sensibilizadas sobre a importância da poupança e da administração responsável do dinheiro.
Foto: Ministry of Social Development
Catalina Gomez, São Paulo Community Manager
The Brazilian National Industry Federation estimates that more than a third of the country’s population over the age of 16 (around 50 million people) doesn’t have a bank account and has no access to credit and saving services. The most affected are low-income populations, who have low levels of literacy and education. Tereza Campello, the Social Development Minister, has explained on various occasions that “against all odds, financial inclusion challenges are less related to distance, access to banking services, and lack of bank branches in remote areas, and much more related to the lack of adequate information about people’s rights.” Campello also added that “many low-income populations don’t have adequate information, as they think that opening a bank account requires a complex bureaucratic process and a minimum deposit. They feel that they cannot meet minimum requirements.”
Given the situation described by the Minister, Brazil’s priority in recent years has been to reduce information barriers and to design financial products and services that are appropriate for low-income populations. One of the key mechanisms to support financial inclusion, especially for women, has been the Bolsa Família program — the cash transfer that benefits more than 13 million low-income families. The program transfers monthly stipends to each family depending on their poverty level and their number of children. In 93 percent of cases, women are the main recipients of these transfer, emboldening their voices and boosting their empowerment within the household.
“Bolsa” contributes to the first stages of financial inclusion, as it provides a bank account and a card for each beneficiary family. With this card, beneficiaries can withdraw the cash that has been granted by the program. This is many women’s first time owning a bank account and a card; this initiative provides them with basic knowledge about the banking system and its operation. Unfortunately, most beneficiaries withdraw the full amount from their monthly deposit and don’t use their accounts as proper checking or saving accounts. Some families save the cash at home, while others spend it as soon as they withdraw it.
A recent study of financial inclusion among Bolsa Família beneficiaries found that beneficiaries still don’t fully understand the rules and procedures of banking, demonstrating the need for better information regarding basic banking concepts and practices. The report also highlights that 65 percent of Bolsa Família beneficiaries have mobile phones, and although the phones are currently used to contact beneficiaries about program updates, they should also be used to allow easier resource management of their bank accounts, including to pay bills.
Caixa, the bank that supports the implementation of Bolsa Família, is currently piloting educational campaigns. These include videos with accessible information on financial planning targeted to women and their families, and for the operation of small businesses. It is also extending educational campaigns to children in order to engage them early about the basic concepts of saving and adequate personal finance.
Photo credit: Ministry of Social Development